Novos Voos - Take Two

terça-feira, março 27, 2007
Descubra a diferença...
…entre um médico excepcional…
Hugh Laurie aka Dr. House

Hugh Laurie aka Dr. House


…e um médico perfeito

Jennifer Morrison aka Dr. Cameron

Jennifer Morrison aka Dr. Cameron
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/27/2007 01:58:00 da tarde | Permalink | | ( 18)Comentários
segunda-feira, março 26, 2007
A minha terra...
Terras frias´
…por afinidade é fria, verde, de gentes pobres...
Árvore com cabaças

clique para aumentar a foto

…mas até as pereiras dão cabaças.
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/26/2007 03:54:00 da tarde | Permalink | | ( 12)Comentários
sexta-feira, março 23, 2007
Quatro Estações...
Graduações by Nardell

…e o mesmo lugar vazio


Vivaldi - Quatro Estações (Verão)

Foto by Nardell - uma galeria a visitar
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/23/2007 01:15:00 da tarde | Permalink | | ( 17)Comentários
quinta-feira, março 22, 2007
Faces do Cinema (2)
Julianne Moore

“O teu cabelo é cavalo de fogo solto ao vento, á desfilada”

Filmes: “As Horas”; “The Shiping News”; “Magnolia”; “Boogie Nights”; Short Cuts - Os Americanos”
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/22/2007 02:55:00 da tarde | Permalink | | ( 8)Comentários
quarta-feira, março 21, 2007
...

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Quis-te dar tudo e tudo é quase nada

Quis dar-te o céu das borboletas
e das nuvens de algodão
e o azul do mar rebelde em profusão
Estender um passo à frente e dar-te a mão
levar-te àquelas boutiques mais selectas
Da avenue Montaigne e numa delas
Comprar-te um lenço de seda
(ou algodão)
daqueles alegres, vermelho labareda
que faria par com o teu olhar brilhante
que é capaz de desvendar segredos
(todos os segredos, cintilante!)
e, como crianças alegres, desgarradas,
felizes como o voltar da andorinha e sempre de mãos dadas
regressarmos a correr para o nosso quarto
E deitar-te no leito
a meu lado e carinhoso dar-te o peito
onde espalharias os cabelos perfumados
que tomaria em minhas mãos
e com todo o amor que sou capaz eu beijaria
A seguir, dar-te a paixão,
a alma, o corpo e a ilusão
de que vivíamos para lá do que é terreno
e a seguir, aquele sono sereno
que se acaba com o sol rente à janela.
Depois, sair com um sorriso na lapela
levar-te pão morno, ou croissantes
e um chá bem quente de canela
que beberias feliz ainda na cama
enquanto eu compunha as tuas flores
e do chão apanhava o teu pijama

Queria dar-te tudo neste dia
(que pretensão a minha)
em que se celebra bela, a Primavera
abro as mãos envergonhado, estão vazias
e assim só me resta a poesia



Leo Ferré - La solitude
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/21/2007 06:01:00 da tarde | Permalink | | ( 2)Comentários
O Branco no Preto
...ou o preto no branco?

Branco no preto


Black and White

Three Dog Night
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/21/2007 01:24:00 da tarde | Permalink | | ( 5)Comentários
segunda-feira, março 19, 2007
7 vezes 6
O dono do Gato mais conhecido da blogoesfera (a seguir ao Fedorento, calculo eu), lançou-me o repto de responder a um inquérito. Até nem sou muito de responder a estas coisas, parecem aquelas correntes que me farto de atirar para o Spam no mail, mas repensando, vamos lá a ver, afinal somos uma comunidade, cada vez maior, é certo, o que faz com que os seus membros se vão acolhendo em numerosas pequenas colmeias, e esta coisa que parece cansativa e sem o mínimo interesse, acaba por revelar aos outros algo de nós.
Por isso, decidi mesmo responder (com algumas pequenas alterações ao que me foi solicitado:

7 Coisas que faço bem:
- Cozinhar (especialmente Bacalhau á Gomes Sá, Pézinhos de Coentrada, Navarin, e pratos bem condimentados)
- Ouvir (os outros e não só)
- Escolher roupa (perdoe-se a aparente superficialidade, mas fui habituado)
- Planear viagens (só saio de casa quando todos os pormenores estão tratados. Chega a ser até um bocado paranóico)
- Preguiçar (Faço tudo para não fazer nada)
- Encontrar desculpas para não fazer uma coisa aborrecida
- Conduzir (não é uma questão de conduzir bem, é mais o de ser cuidadoso, especialmente quando trago outras pessoas no carro. Nunca fiz uma ultrapassagem arriscada)


7 Coisas que não faço ou não sei fazer:
- Bricolage (tudo o que seja trabalhos manuais é um suplício. Quem quiser uma parede deitada abaixo, é só convidar-me para lhe pregar um quadro)
- Doces (é aquela parte da cozinha que não cabe nos meus atributos)
- Lembrar datas (para me recordar de datas de aniversários, tenho que ter sempre ajuda)
- Orientar-me (quando chego a uma cidade que não conheço e tenho que ir para determinado sítio, é sabido que vou parar ao outro lado. E isso acontece-me mesmo em cidades que deveria conhecer bem. Mesmo em casa, aconteceu-me que quando vim morar para a minha actual residência, várias vezes fiquei espantado ao chegar à sala e não encontrar o lavatório)
- Conduzir à noite (sou pior que uma toupeira)
- Ficar em bichas de transportes públicos (não tenho paciência e quando decido fazê-lo é certo e sabido que ao fim de 2 minutos estou a pau a ver se aparece um táxi)
- Fazer habilidades (tudo o que tenha a ver com manipulação está fora do meu controlo)


7 coisas que me atraem no sexo oposto:
- O senso de humor e a boa disposição
- A beleza ao serviço da inteligência
- A classe e o cuidado na apresentação (detesto o desleixo que é ainda mais deplorável nas mulheres)
- Tudo no lugar, as formas “acentuadas” sem exageros (aqui, sou muito pró-normalização, não há nada como os 90-30-90. Não aprecio quer anorécticas, quer XL)
- A boca, e se sorrir bonito e não largar bojardas, ainda melhor.
- O zelo para com a família
- As mãos e os pés (será fetiche?)

7 coisas que digo frequentemente:
- Nesta passo. Não tenho “vícios” de linguagem. E não, também não é hábito dizer palavrões

7 actores/actrizes que admiro: (aqui faço á minha maneira, e como gosto de muitos, ponho 7 de cada)
Actrizes:

- Rita Hayworth
- Jean Seberg
- Sophie Marceau
- Isabelle Adjani
- Scarlet Johansson
- Hanna Schygulla
- Charlize Theron





Actores:

- Philippe Noiret
- Steve Mc Queen
- Peter O’Toole
- Sean Connery
- Robert de Niro
- John Cusack
- Johnny Depp





Como sei que há uma certa relutância na resposta a estas coisas, faço o seguinte: passo o fardo aos que, de entre os que me visitam, se quiserem dar ao trabalho de o fazer.

Escrito por: VdeAlmeida, em 3/19/2007 12:51:00 da tarde | Permalink | | ( 2)Comentários
domingo, março 18, 2007
Faces do Cinema (1)
00000 jean seberg

O cinema tem fases. E faces. Inesquecíveis, mesmo quando já distantes.

A bout de souffle1


Tous les garçons et les filles de mon âge

Françoise Hardy


Fotos de Jean Seberg (e de Belmondo)extraídas do filme de Jean Luc de Godard "A bout de souffle"
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/18/2007 08:01:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
sexta-feira, março 16, 2007
O Questionário
Um conhecido meu de fresca data, disse-me há dias:
-Já viste aquela questão dos portugueses estarem a ser proibidos de conduzir em Angola com carta de condução passada cá?
- Ai, sim? Não sabia. E porquê?
- Foi retaliação pelo que fizeram cá ao Mantorras. Dente por dente…
- Quem é o Mantorras?
Chegados a este ponto ele abriu muito os olhos e disse:
- Tu não sabes quem é o Mantorras???!
Claro que sabia. Mas como o tipo é do Benfica eu não queria dar-lhe o prazer de atribuir importância ao rapazito, respondi:
- Não. Mas com um nome desses não deve ser boa coisa.
- Tu não lês jornais (para ele jornal quer dizer “A Bola”), não vês televisão?
- Leio e vejo. Mas tenho uma memória selectiva. Muito selectiva.
- Tu andas mas é fora do mundo!
Entretanto, e como reparam, o assunto das cartas de condução (a propósito, acho que a maneira como a situação evoluiu parece mais amuo de putos que assunto de estado), ficara pelo caminho. Começou então uma arenga sobre a necessidade de me pôr em dia com os assuntos mais prementes da actualidade, que acabou assim:
- A propósito, vou-te mandar um inquérito muito interessante que um amigo meu que é político me enviou para o e-mail, e que vai ser muito útil para avaliar a percepção que tens do mundo que te rodeia.
Se o facto destes questionários me deixa de pé atrás, o facto de ele ter mencionado que o amigo é político, só fez aumentar a minha apreensão. Mas enfim, só para não o ouvir…
Pois hoje recebi o famigerado questionário
“Leia com atenção cada pergunta do questionário. Não responda sem avaliar atentamente as três hipóteses de resposta que lhe são sugeridas.
1 - Quantos fãs tem o José Cid?
a) 6.374.822.013
b) 2
c) 1

2 - Quando ganhará o Benfica o próximo campeonato nacional?
a) Daqui a 10 anos
b) Daqui a 30 anos
c) Não sabe ou não quer responder
3 - Quando combinarão Paulo Portas e Santana Lopes a formação do novo “grande partido da direita”?
a) Para a semana
b) Para o mês que vem
c) Na semana passada
4 - E quando se dará a 1ª cisão no partido?
a) Na dia seguinte
b) Na 2ª feira seguinte a ser noticiada a constituição do partido pelo semanário “Sol”
c) Ao fim de 2 horas
5 - Qual dos seguintes heróis de banda desenhada é “gay”?
a) O Batman
b) O Professor Tournesol
c) O Pateta
6 - Para cima de quantas listas telefónicas sobe Marques Mendes quando tem que discursar atrás de um púlpito com mais de 1,20m.?
a) 5
b) 6
c) 7
7 - Quantos episódios terá o “Morangos com açúcar”?
a) 43.000
b) 27.500
c) A Direcção da TVI ainda não decidiu
8 - Qual é a profissão mais perigosa do mundo?
a) Bombista suicida
b) Trapezista
c) Professor em Portugal
9 - Qual dos canais televisivos transmitirá o julgamento de Valentim Loureiro?
a) Playboy
b) Gigashoping
c) Baby TV

10 - Quanto namorados teve a Elsa Raposo nas últimas 52 semanas?
a) 52
b) 52
c) 52
11 - Quem será o próximo director do Teatro Nacional D. Maria II?
a) Camilo de Oliveira
b) Marina Mota
c) José Carlos Malato
12 - Quem sucederá a Pinto da Costa na presidência do F.C.Porto?
a) José Veiga
b) Miguel Sousa Tavares
c) Leonor Pinhão
13 - Durante quantos mais anos o cinema português se fará representar no festival de Cannes?
a) Até ganhar a Palma de Ouro
b) Depende do ano em que Manoel de Oliveira decidir reformar-se
c) Da conjugação positiva das 2 hipóteses anteriores
14- Quantos mandatos cumprirá o governo de José Sócrates?
a) Tantos como Salazar
b) Um pouco menos que Salazar
c) Depende do estado de conservação das cadeiras da residência oficial do 1º Ministro
.
15 - Quantas plásticas já fez a Manuela Moura Guedes?
a) Mais que a Lili Caneças
b) Menos que o José Castelo Branco
c) As mesmas que Michael Jackson

Releia as respostas que deu, porque neste questionário a exactidão é muito relevante. As respostas correctas ser-lhe-ão enviadas após o inquérito devidamente preenchido, ter sido devolvido a quem lho remeteu”

Mas que espécie de político é que faz circular um questionário destes????
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/16/2007 04:14:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
quinta-feira, março 15, 2007
Há muito tempo...


Este "desabafo" trouxe-me inesperadamente, alguma nostalgia.
É verdade que nunca fui um verdadeiro apreciador do café de “saco”, mas houve um tempo da minha vida em que ele era parte de uma espécie de ritual do meu dia, e partilhado com mais uns quantos companheiros. Era a hora do almoço, por esses tempos dilatada, mas mesmo assim, quase sempre feita de passo apertado - especialmente a ida - tais as voltas que tínhamos que dar para o cumprir com a dignidade que impõe qualquer solenidade.
A rua dos Correeiros era subida à pressa, os turistas sentados na Suiça nem mereciam um olhar, até se chegar à primeira paragem, no Largo de São Domingos, local notável referenciado por ter assistido ao crepitar de algumas piras da Inquisição, e balizado por quatro edifícios todos eles importantes na história e cultura portuguesas a começar pelo Teatro Nacional, e, seguindo o sentido dos ponteiros do relógio, o palácio da Independência, a Igreja de S. Domingos e …a Ginjinha. Pois, era aí, por volta do meio-dia e qualquer coisa, que o apetite era ganho, engolindo um cálice da popular bebida.
Depois, novamente a trote, passávamos a estação do Rossio - agora está de cara lavada e bela como nunca - direitos ao elevador da Glória. Lá bem em cima, a descida direitos ao largo da Misericórdia, que, mal entrado logo se deixava ao curvar-se á direita pela rua da Atalaia abaixo com destino ao Alfaia, onde nos esperavam umas “Pataniscas de bacalhau com arroz de feijão “. Ou se fosse 5ª feira um magnífico e quase ofensivo pela opulência, “Cozido à portuguesa” e à 6ª era o “Bacalhau com todos”. À 2ª feira, e para entrada da semana em beleza, era inevitável a “Mão de Vaca com grão“, e os dias restantes, que já eram poucos, eram ao gosto do freguês. Nunca soube porquê, mas aquelas mesas com as suas toalhas aos quadrados vermelhos e brancos, os pratos alinhados com guardanapos de PANO ao lado, pareciam abrir o apetite. A qualidade da cozinha fazia o resto.
Era ali , portanto, que se matava a gula, ou que pelo menos a adormecíamos por umas horas.
O regresso era feito lentamente, que a digestão assim mandava, e só era interrompido por uma paragem na Casa Chinesa, mesmo no início da Rua do Ouro, mal deixado o Rossio. O cheiro do café que se espalhava pela rua, denunciava a especialidade do estabelecimento. Foi aí que durante muito tempo tomei o meu “café de saco” digestivo.
Nunca soube se era a qualidade daquela grão escuro que eles serviam, se era meramente o escrupuloso cumprimento do último gesto do cerimonial imposto por aquele nosso grupo a que outros chamavam “O grupo da Ginjinha”. Sei que era um tempo agradável e que o cumpria com prazer. e que ali se estabelecia o ponto final de uma liturgia a que regressávamos no dia seguinte, com a mesma vontade e que cumprimos durante muito tempo.
Há muito tempo.

Foto tirada d’A Xafarica


Escrito por: VdeAlmeida, em 3/15/2007 09:10:00 da manhã | Permalink | | ( 18)Comentários
quarta-feira, março 14, 2007
O processo criativo...
ou como desde sempre, as classes dominantes pretenderam "domesticar" o génio do artista:

Serviçal - Miguel Angelo para si, Santidade
Papa - Quem?
Serviçal - Miguel Angelo, o famoso pintor renascentista cujo um dos melhores trabalhos é o tecto da Capela Sistina e a celebrada estátua de David.
Papa - Ah! Muito bem...
Criado - Em 1514 ele voltou a Florença e...
Papa - Está bem, chega, chega, já nos lembramos!
Criado - Oh!
Miguel Angelo - Boa tarde a Vossa Santidade
Papa - 'Tarde, Miguel Angelo. Queria dar-te uma palavrinha sobre uma pintura tua, "A Última Ceia"
Miguel Angelo - Sim?
Papa - Não estou satisfeito com ela.
Miguel Angelo - Credo! Levei horas a pintá-la!
Papa - Não estou mesmo nada satisfeito.
Miguel Angelo - É da gelatina, que não gosta?
Papa - Não.
Miguel Angelo - Não? Já sei. Não gostou do canguru!
Papa - Que canguru?
Miguel Angelo - Não há problema, eu apago-o.
Papa - Nunca vi um canguru!
Miguel Angelo - Aaaah...está mesmo lá atrás. Eu pinto por cima. Não me custa nada, transformo-o num discípulo
Papa - Ah!Ah!
Miguel Angelo - Ok?
Papa - É esse o problema!
Miguel Angelo - Qual?
Papa - Os discípulos!
Miguel Angelo - Estão demasiado "judeus"? Pintei Judas o mais "judeu" possível!
Papa - Não! É que pintastes 28!!
Miguel Angelo - Ah! bem... mais um não faz diferença. Transformo o canguru noutro.
Papa - Não! O problema é esse!
Miguel Angelo - Ok! Apago o canguru. Para ser sincero, não estava muito feliz com ele.
Papa - Não é essa a questão! Há 28 discípulos!
Miguel Angelo - São demais?
Papa - Claro que são demais!!

Monty Python The Pope and Michelangelo

Miguel Angelo - Pois, mas eu quis dar a sensação de uma verdadeira "Última Ceia". Vossa Santidade sabe, não simplesmente como a velha última ceia. Não simplesmente uma refeição ou o último lanchinho. Quis dar a impressão de um acontecimento estrondoso.
Papa - Só havia 12 discípulos na última ceia!
Miguel Angelo - Bem, talvez alguns outros se tenham juntado mais tarde...
Papa - Só havia 12 ao todo!
Miguel Angelo - Bem, podem ter aparecido alguns amigos...
Papa - Escuta! Só havia 12 discípulos e o Senhor na última ceia! A Bíblia é muito clara nisso!
Miguel Angelo - Nada de amigos?
Papa - Não!
Miguel Angelo - Criados?
Papa - Não!
Miguel Angelo - Cabaret?
Papa - Não!!
Miguel Angelo - Veja Vossa Santidade, eu gosto deles, ajudam a compor a cena, podia tirar alguns, podia...
Papa - Escuta! Só havia 12 discípulos na...
Miguel Angelo - Já sei! Podemos chamar-lhe "A ultima ceia antes da última ceia"!
Papa - O quê?
Miguel Angelo - Bem, deve ter havido uma. Se houve a última, deve ter havido uma antes dessa, portanto essa terá sido a “Penúltima Ceia”! A Bíblia não refere quantos lá estavam nessa vez, pois não?
Papa - Não, mas…
Miguel Angelo - Então? Ora aí está!
Papa - Escuta! A última ceia foi um acontecimento significativo na vida de Nosso Senhor, a penúltima não! Mesmo que lá tivessem tido uma banda de mariachis!!! Agora…o que te encomendei foi uma última ceia e é uma última ceia que eu quero! Com 12 discípulos e um Cristo!
Miguel Angelo
- Um?!
Papa - Sim, um!!! Agora em nome de Deus explica-me o que se apoderou de ti para teres pintado TRÊS Cristos?
Miguel Angelo - Funciona, pá!
Papa - Funciona?
Miguel Angelo - Sim. Está bestial! O gordo equilibra com os dois magricelas!
Papa - Só havia UM redentor!!!!
Miguel Angelo - Ah, eu sei, todos sabemos, mas que tal um pouco de liberdade artística?
Papa - Um Messias, é só o que eu quero!!
Miguel Angelo - Eu digo-te o que queres, pá! Tu queres é uma porra de um fotógrafo! É o que queres! Não queres um criativo que te dê algo original!
Papa - Eu digo-te o que quero!!! Quero uma ultima ceia com um Cristo, 12 discípulos, nada de cangurus, nada de números de trampolim, na 5ª feira que vem pela hora do almoço, ou não recebes um tostão!
Miguel Angelo - Maldito fascista!!
Papa - Escuta!! Sou a porra do Papa!! Sou! Posso não saber muito de arte, mas sei do que gosto!!

Monty Python on the beach
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/14/2007 01:35:00 da tarde | Permalink | | ( 4)Comentários
terça-feira, março 13, 2007
Solitude (e envergonhadamente a Pessoa)

Tão só.
E porque não?
Se Pessoa (que foi pessoa duas vezes)
era ele próprio guardião
do sortilégio da verdadeira solidão?
Tão só e no entanto
aquela poesia, aquela prosa
corria dos seus dedos
como um pranto
distinta, cintilante, por vezes dolorosa.
Ele, que me fez a mim saber
(são sortes do destino e de iletrado mortal)
que a palavra, dita ou escrita
não deve ser banal
e, que, tratada com paixão,
se torna mais brilhante que pedra preciosa

Porque é que a solidão alheia
parece sempre ser mais colorida
paradoxalmente, até mais cheia?

Y.


Fotos de René Asmussem
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/13/2007 02:48:00 da tarde | Permalink | | ( 6)Comentários
segunda-feira, março 12, 2007
O maior actor do mundo
000000000 Peter O'Toole


Na vida, tenho algumas convicções e poucas certezas. Destas, uma das que mantenho há muito tempo, é a de que Peter O’Toole é o maior actor que até hoje vi no cinema. Esta é uma certeza difícil, principalmente para quem tem uma memória cinematográfica vasta. E quando se não esquece de Tracy ou Brando, Gary Cooper ou Laurence Olivier, Nicholson em Voando sobre um ninho de cucos e Chinatown, ou de De Niro em Touro Enraivecido, e tantos outros actos de representação inolvidáveis, convenhamos que tem que ser uma fé inabalável.
E vem ela desde a tarde em que me sucedeu algo insólito. Já vi algumas dezenas ou centenas de filmes empolgantes, mas só na tarde em que assisti a Beckett não me levantei no fim do filme. Permaneci na cadeira aturdido, mas mais, com uma enorme vontade de ficar para a sessão seguinte, que infelizmente já se encontrava esgotada. Não considero o filme, apesar das, suponho, 12 nomeações para o Óscar, melhor que alguns outros da época, como o “cruel diálogo” titulado O Leão no Inverno. Mas se neste, a actuação de O’Toole num “tête-à-tête” louco com Katherine Hepburn é soberba, a sua performance em Beckett, no papel do Rei Henrique II é absolutamente esmagadora e Richard Burton (Beckett), então no auge da fama (merecida) e que encarna a personagem de Beckett, é completamente subalternizado por O‘Toole, apesar de, terem sido ambos nomeados para o Óscar de melhor actor, nesse ano de 1965 ganho por Rex Harrison, em My Fair Lady (da lista desse ano de ouro fazia também parte Peter Sellers, em Dr. Strangelove e Anthony Quinn, no seu papel definitivo de Zorba).
Ora quando um actor não ganha o Óscar depois de uma representação daquelas, é certo que nunca mais o ganhará. Já tinha sido assim em Lawrence da Arábia (apesar do Óscar atribuído ao filme), voltou a ser no O Leão no Inverno, apesar do Óscar ganho por Katherine Hepburn. E assim foi mais uma mão cheia de vezes até aos dias de hoje.
Este ano estava mais uma vez nomeado pelo seu desempenho em Vénus. O filme segundo as críticas (ainda não vi), é fraquinho, mas O’Toole estando novamente em grande forma, foi mais uma vez preterido.
Mas que diabo, já alguém acreditará na isenção daquele colégio de senhores que distribui os prémios? Muitos dirão que um Óscar não tem assim tanta importância, nem será a aspiração suprema de um actor a sério, mas mesmo assim…
Confesso: tenho pena que ele em 2003 não se tenha recusado a receber o Óscar Honorário, porque o que ele fez no cinema merecia muito mais que um prémio de consolação.

King Henry II - Não receies, Bispo. Não procuro absolvição. na consciência, tenho algo mais grave que um pecado: um erro!

00000000000 Peter O'Toole

Nomeações para o Óscar de melhor actor:
- Lawrence of Arábia - 1963
- Beckett - 1965
- O Leão no Inverno - 1969
- Godbye Mr. Chips - 1970
- A Classe Dominante - 1973
- The Stunt Man - 1981
- My Favourite Year - 1983
- Venus - 2007
Nota: - Estranhamente, pelo menos para um filme que tendo tido 12 nomeações para os Óscares não deveria ser considerado uma obra menor ou ignorado, nunca o vi editado em VHS ou DVD.

Escrito por: VdeAlmeida, em 3/12/2007 12:15:00 da tarde | Permalink | | ( 2)Comentários
domingo, março 11, 2007
The Road to Cairo

Confundiram-na ao chamar-lhe bela
-e ela era sensível às serenatas -
Deveras esqueceu meu nome
no vai e vem dos amantes?
ela vê-me e afasta-se,
oh recordação que volvesse
a sorrisos, a olhares que todavia
faziam nossas delícias de outrora.
Separávamo-nos para a cura,
doentes um do outro até ao gemido,
quando éramos - ah não digas nada -
dois amantes possuídos pelo amor
E a castidade vigiava sabiamente as paixões…
Ela tirava a minha túnica, dizendo:
Vós belos poetas e homens enamorados
temeis Allah
Lançando-vos no coração das virgens.
Não sabeis vós
que o coração das virgens é o vento?

Ahmad Shawqi
00000 JulieDriscoll_Open

Julie Driscoll - The Road to Cairo
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/11/2007 09:20:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
The Gentleman's Wardrobe
Sapatos Church

“These shoes are made for walking
And that’s just what they do
One of these days these shoes
Are gonna walk all over you”

Nanc’y Sinatra
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/11/2007 10:41:00 da manhã | Permalink | | ( 0)Comentários
sábado, março 10, 2007
Vício de todos dias...
000000000 nespresso1
0000000000 nespresso-kapseln

…e aquele cheiro a ti pela casa…
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/10/2007 12:26:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
sexta-feira, março 09, 2007
Efeitos Colaterais

Há uns dias, alguém que me é muito chegado disse-me que ia com o marido ao cinema, e eu, como a curiosidade habitual perguntei-lhe o que iam ver. “Hannibal - A Origem do Mal”. E eu pensei cá para comigo:”Blheca!!! Ora aí está um que eu não ia ver nem que me pagassem”.
Sabendo-se que Anthony Hopkins é um dos actores que mais admiro, a reacção até poderia parecer estranha, tanto mais que o primeiro filme em que ele vestiu a pele de H. Lecter, “O Silêncio dos Inocentes” é um dos meus preferidos da década de 90. Só que…tive o azar de ver o segundo da série “Hannibal“, e sinceramente, se a cena da execução do personagem encarnado por Giancarlo Gianini, pela crueza, me revolveu um bocado o estômago, aquela parte em que o Hopkins frita um pedaço do cérebro do Ray Liotta e lho dá a provar enquanto o mantém em anestesia parcial, foi demais, e aí desliguei o leitor de DVD (ainda hoje bendigo a decisão de não o ter ido ver ao cinema). E desde então, aquela cena vem-me à cabeça uma vez por outra, o que já é suficiente para se tornar inquietante. Tem nele origem uma recente apreensão minha em relação às anestesias. E digo isto porque tendo, anteriormente ao fatídico visionamento, sido submetido a duas e gerais, sempre fui para elas sem preocupações de maior, naquele espírito aberto de “Não há-de ser nada” ou “Que se lixe, se o sono for eterno, é da maneira que se me acabam as insónias”.
Ora se daqui para a frente algum médico me propuser uma intervenção que careça anestesia, a receptividade ao alvitre já não será a mesma de antigamente, já para não falar que desde essa altura penso sempre duas vezes quando recebo convites para jantar, porque pondero sempre na possibilidade de fazer eu próprio, parte da ementa.
Mas nem é essa a minha principal preocupação. Andei a consultar literatura avulsa sobre o tema e a questão é alarmante. Além dos “buracos” que uma anestesia cava no cérebro - o meu, com duas e uma delas prolongada, deve parecer um queijo Gruyére Cave Aged - há notícias de alteração de personalidade e aí reside o busílis da questão.
Por exemplo:
- já imaginaram o que era eu aparecer “esticado” e de sobrancelhas arranjadas como o António Calvário?
- já imaginaram o que era eu aparecer com um penteado igual ao do Engº Sousa Veloso, género boina, puxado da nuca para a frente?
- já imaginaram o que era eu tornar-me fã da Floribela?
- já imaginarm o que era eu tornar-me militante do PSD, ir a um jantar convívio e calhar-me ficar na mesma mesa do Alberto João da Madeira?
- já imaginaram o que era eu, passar depois a independente e ir a um jantar de desagravo ao Valentim Loureiro e ao Isaltino de Morais e tocar-me logo ficar ao lado deles na mesa de honra? (pelo sim, pelo não, nesta situação, não assinava nada que qualquer um deles me pusesse à frente)
- já imaginaram o que era eu sujeitar-me a ver a TVI, precisamente na altura em que a Manuela Moura Guedes imitava a Jessica Rabbit?
- já imaginaram o que era eu começar a fazer parte do núcleo de amizades do Castelo Branco e da Mummy Grafstein?
- já imaginaram o que seria aparecer de repente á vizinhança bronzeado como o Paulo Portas com o aspecto de usar Font de Tein “Accord Parfait” da L’Oreal?
Sim, há efeitos colaterais bem piores que o facto de ser inusitadamente comido.

Escrito por: VdeAlmeida, em 3/09/2007 06:35:00 da tarde | Permalink | | ( 2)Comentários
segunda-feira, março 05, 2007
Fénix
000000000 Rapariga Katarina Sokolova

Na transcendência luminosa e pura do olhar
Trazia a centelha que bastava
Para tudo à minha volta sossegar
Da vida, sem cuidado e sem tristeza,
Tinha aquela virtude serena e prazenteira
De pena levada pelo vento sem certeza

Era o ar fresco, o calor, a Primavera
Que me entrava pela alma sem temor
Era a vida aberta em todo o seu esplendor
A Fénix de quem há tanto estava à espera


Foto de Katarina Sokolova
Escrito por: VdeAlmeida, em 3/05/2007 02:49:00 da tarde | Permalink | | ( 1)Comentários
domingo, março 04, 2007
A Casa
Fallingwater house


“Vivo” nesta casa desde…
Era um dia quente de Agosto, daqueles em que parece que à nossa volta tudo transpira, tanto que o fundo da avenida visto do topo, parece uma miragem, com o ar rarefeito a subir do alcatrão empapado e a distorcer a imagem.
Nesses dias procura-se qualquer sombra, qualquer réstia de frescura, e eu, estranhamente, refugiei-me no cinema onde sabia de antemão que sofreria como numa sauna não voluntária, era um daquelas salas antigas, sem ar condicionado, as cadeiras eram de verga, e ficava-se com as marcas de cada palha na pele. Eu era um adolescente que via filmes há muito, o meu pai trabalhava no cinema, e a minha mãe começara a levar-me lá ainda eu era de colo, mas só há pouco começara verdadeiramente a assimilar a magia emanada daquele grande rectângulo, (embora os grandes clássicos da Disney já me povoassem a imaginação) onde se projectavam pedaços de vida, e fora então que a mística dos grandes mestres me envolvera.
Um deles, graças a um assustador exercício cinematográfico chamado “Psycho”, atrair-me-ia irresistivelmente a si. E naquela tarde o desafio era irrecusável, na sala ofegante exibia-se outra pequena obra-prima de Hitchcock, North by Northwest” (Intriga Internacional), filme negro misto de suspense e espionagem em que Cary Grant demonstrava mais uma vez o porquê de mestre Hitch o ter como um dos seus actores fetish, e que continha algumas das cenas imortais da´7ª arte, como a extraordinária fuga de Cary a um inusitado ataque vindo dos céus, ou outra rodada no Monte Rushmore, especialmente a sequência passada no nariz de Lincoln ( o filme esteve mesmo para se chamar The Man in Lincoln’s Nose” Pródigo em atractivos, os já citados, suficientes para me fazer sair compensado da escaldante tortura, o que no entanto mais me ficou na retina, foi uma casa onde se passava uma boa parte da intriga, e que, viria depois a saber, seria uma réplica de uma das obras-primas do grande arquitecto norte-americano Frank Lloyd Wright, a Fallingwater House.
A sugestão da vida num tal sítio já de si tão espantosamente único do ponto de vista arquitectural, enriquecido ainda por uma envolvência ambiental quase selvagem, teve um impacto tão forte que quase me fez perder o fio ao trama, a ponto de só ao 2º visionamento o conseguir assimilar totalmente. Tal facto, e até hoje, só teve talvez alguma vez e de alguma forma equivalência, no dia em que me apareceram no ecran os extraordinários olhos da Lee Remick em Anatomia de um Crime, de Otto Perminger, e outra das minhas obras de referência (mas desses falarei mais tarde)

000000 Lee Remick


Aquela casa foi, portanto, um caso de amor à primeira vista, tendo sonhado habitar nela, sonho impossível, eu sei, mas como aos sonhos os constrange , eu digo sempre que “vivo” nela…a milhares de quilómetros de distância.
Soube há uns tempos que o seu ex-libris, aquela maravilhosa queda de água que se lhe solta das entranhas e na qual reside toda a sua mística, paradoxalmente a torna, devido ao seu rugido constante, in-habitável.

Escrito por: VdeAlmeida, em 3/04/2007 01:37:00 da tarde | Permalink | | ( 1)Comentários
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