Novos Voos - Take Two

terça-feira, agosto 30, 2005
Indiferença

Edifícios em vermelho


Há nestes tempos um tal desprendimento
que se nos solta da pele como suor
e quase deixa cair no esquecimento
tudo o que está para lá destas fronteiras
que nos constrangem e se fazem de cimento
E no entanto, em locais remotos e incertos
há um povo que se derrama em silêncios,
de lágrimas e raiva intensa mas contida
quando olha o verdejante feito negro
e se interroga sem encontrar uma resposta
sobre o facto, perdurável e fatal
de nem conseguir uma vida ao rés da vida

Escrito por: VdeAlmeida, em 8/30/2005 04:50:00 da tarde | Permalink | | ( 6)Comentários
sábado, agosto 27, 2005
Retratos de Bilbao
Ao longe, um dos museus mais conhecidos e modernos do mundo...

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Aqui, já na sua plenitude...

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E junto a si, a maravilhosa "escultura" de Jeff Koons, que já é um ex-libris da cidade

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E o cão mais florido do mundo, imponente, de perfil

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Mas Bilbao não é só a cidade do Guggenheim. É limpa, arejada, refrescante, alegre...

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...de arquitectura bonita...

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...e onde a arte está sempre presente.

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Uma cidade florida e multicolor...

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...e que os espanhóis, e sobretudo os bascos, pretendem ser uma cidade de paz. Como nos lembram as inúmeras e coloridas pombas, espalhadas pela cidade.

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Um desejo que desejaria universal

Escrito por: VdeAlmeida, em 8/27/2005 09:41:00 da tarde | Permalink | | ( 4)Comentários
quinta-feira, agosto 25, 2005
Momento

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Escrito por: VdeAlmeida, em 8/25/2005 02:57:00 da tarde | Permalink | | ( 3)Comentários
quarta-feira, agosto 24, 2005
Quinzena dos guitarristas

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Declaro oficialmente inaugurada a quinzena dos guitarristas.
E amanhã, voltarei para a música habitual. Ou talvez ainda, mais logo.

Escrito por: VdeAlmeida, em 8/24/2005 07:07:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
domingo, agosto 21, 2005
Oásis na cidade - I
Linha de Água1
"Passo adiante. Agora estou virado a sul em formato postal e tu, Lisboa, com o rio em fundo num azul de entontecer. O Tejo visto do mastro real, poderia dizer-se:

Do alto vos falo, onde
acrescento azul de muitas cores
ao outro azul que os vossos olhos vêem


seria o aparte de Pedro Tamen se aqui estivesse. E eu faria que sim, mais que convicto, porque em poucos lugares como este de tantas cores cada cor é feita". [...]
Assim iniciava José Cardoso Pires o seu Lisboa, Livro de Bordo, pequeno opúsculo escrito a pedido de um recente presidente da Câmara de Lisboa, sobre a sua, minha, nossa cidade
Tal e qual o que eu poderia escrever quando me sento em qualquer um dos óasis que ainda sobrevivem à invasão do betão, e onde nos conseguimos desligar do corropio do dia a dia, e nos podemos deixar absorver na leitura de um livro ou deixar tão só correr o olhar e deixá-lo perder, pela paisagem apaziguadora que nos envolve.
Tal como me acontece nesta esplanada que já uma vez, há muito, aqui vos trouxe, e que não resisto a revisitar.
Linha de Água2
A envolvência é propícia à descontracção, embora seja de acautelar o excessivo sol que por vezes ali bate, e de que, de tão aprazível a estada, nem nos apercebemos a não ser tarde demais. Em frente, um lago, baixo, cuja paz apela á reflexão e em cujo topo pontifica uma pequena ponte à imagem dos jardins japoneses, e mais à frente, de costas, uma magnífica estátua de Brotero, creio que figurando a maternidade.
Linha de Água
As opções, a seguir ao café tomado, são as que já referi. E quando cansar, desandar dali, que a poucos metros distingue-se o Tejo preguiçoso lá ao fundo, com os seus magníficos cambiantes de azul, tal como Tamen escrevia

Escrito por: VdeAlmeida, em 8/21/2005 06:27:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
quarta-feira, agosto 17, 2005
Notas sem importância
1 – Sobre livros -

Gosto de viajar. Talvez por isso também o meu gosto por livros de viagens. E a Asa está a editar uma colecção chamada O Escritor e a Cidade. Saiu há pouco o 3º volume (já tinham saído volumes sobre Paris e Florença), Imagens de Praga, de John Banville.
Não é um guia da cidade. É um explorar dos segredos menos conhecidos, daquelas particularidades que por vezes passam desapercebidas ao turista comum, mas que fazem com que alguns se apaixonem pelos lugares. É uma colecção que vale a pena ler.


2 - Sobre filmes
Vi em casa:

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3 – Sobre discos
Além dos habituais, agora ando com estes também:
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(Devo ser o único em Portugal que ainda ouve E.L.& P. e Triumvirat. Por vezes até me interrogo se alguém ainda se lembrará deles)

4 – Sobre lugares
Este ano, o sol tem sido gozado, muitas vezes, sentado numa destas cadeiras...

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…sempre com a tal música no Ipod, e com o tempo aproveitado para pôr as leituras em dia ou para deixar perder a vista por aquele mar imenso.

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Escrito por: VdeAlmeida, em 8/17/2005 08:29:00 da tarde | Permalink | | ( 3)Comentários
terça-feira, agosto 16, 2005
Desejo

Desejo

Escrito por: VdeAlmeida, em 8/16/2005 06:48:00 da tarde | Permalink | | ( 2)Comentários
quarta-feira, agosto 10, 2005
Caminhos
Passeio Jeno Apu
Foi ao voltar àqueles velhos caminhos, dantes viçosamente bordejados por um verde intenso só manchado pelo ouro das searas, mesmo quando o sol, inclemente, se deixava abater sobre a terra, cor que agora quase só habita em recordações, de tão descuidada a terra, de homens e elementos, que me voltei a lembrar dela.
Conheci-a nos primórdios. Nos meus primórdios. Num tempo em que as estações ainda eram delimitadas, e eu sabia que Agosto ia ser todo ele excitantemente quente, e Setembro temperaria, aqui e ali, molhado pelas primeiras bátegas de chuva que anunciavam o Outono e traziam consigo as formigas de asa e os taralhões, cuja caça era alvo obrigatório de todos os cachopos da aldeia, que então partiam campos fora, acordados ainda noite cerrada, para apanharem os alvores com as armadilhas já montadas, e com elas a certeza de que muitas das ingénuas e pequenas aves, teriam o destino, cruel, traçado.
Ela era como a terra, parecia-me sempre emanar dela, tal era a sua força telúrica. Tinha já nessa altura a pele curtida, rasgada por profundas rugas e pintada com aquelas manchas de oxidação que são o ferrete com que a idade lembra que já passaram muitas primaveras, e as feições do rosto anguloso, bem marcadas, como que esculpidas pelo cinzel de um escultor obcecado pela geometria. Os olhos eram fundos, mas brilhantes e guardavam neles uma alegria de viver que só se esgotou na morte, e que se prolongava à boca, de lábios já finos dos anos, que sorriam muito. Entre uns e outra, um nariz ligeiramente adunco, que lhe davam um ar provavelmente masculino, e que era, como vim a perceber na idade em que nos começamos a aperceber destes pormenores, uma espécie de marca registada da família.
O corpo mediano de altura, era condizente com a face, escorrido, magro, quase esquálido, testemunha dos anos de labor intenso, que se iniciava ao nascer do sol, e só se acabava quando se apagava a última candeia de azeite. O retrato exemplar de uma vida igual a tantas outras, traçada pela austeridade da Beira profunda, e, por esses tempos, quase selvagem. Como ela.
Gostei dela desde que a conheci. Quem não gosta das avós? Mesmo que, como a minha, não fosse pródiga em demonstrações excessivas de carinho, que para ela seriam consideradas desnecessárias porque sabia que cuidava de mim com a atenção justa, sem nunca me cortar liberdades ou reduzir espaços. Aqueles 3 meses de Verão, eram tempos sem tempo, em que os únicos horários cumpridos eram os que eram marcados pela fome, e essa vinha sempre sensivelmente às mesmas horas. E quando chegava a altura, lá estávamos os dois, com o cheiro do caldo verde e do pão de centeio que ela só cozia duas vezes por semana no forno do quintal, mas cujo aroma permanecia e impregnava aquelas paredes para todo o sempre. Mas se as refeições eram quase sempre austeras, sem grandes requintes gastronómicos, que os ventos da abundância, corriam longe, a sua frescura era garantida, porque os ingredientes vinham directamente da horta ou da capoeira, para a panela de ferro de três pés, que fervia sobre as achas da lareira.
À noite, era na balaustrada de madeira que se estendia sobre o quintal, e onde chegavam aqueles odores fortes da natureza misturados com os cantares das cegarregas que a aragem trazia, e desfrutando aquele céu imensamente negro, pontilhado de mil ínfimas luzes que bruxuleavam lá longe, que o sono se ia aproximando de mansinho, enquanto ela contava histórias do tempo em que os lobos e as raposas, pela altura dos grandes rigores invernais e das grandes fomes, se aproximavam perigosamente da aldeia em busca da rapina possível, que lhes garantisse a sobrevivência, e de como lhes resistiam as gentes, quase tão parcas de que comer, como os próprios animais. Eram sempre histórias simples, que ela não sabia contos de fada nem nunca tinha tido tempo para fantasias ou brincadeiras. Eram histórias vividas, despojadas, mas que me deixavam sempre fascinado.
Foi ao voltar àqueles caminhos que a recordei. Naquela altura, percorríamo-los ambos, ela sempre de passo apressado que queria chegar com o almoço a horas, à fazenda onde o meu avô passava os dias de semana. Por vezes tinha que correr para a acompanhar, e admirava-lhe sempre aquela rapidez e presteza, invulgares na sua idade. Doutras, quando o tempo não apertava, sentávamo-nos a descansar uns minutos, à sombra de enorme carvalho secular, tão grande que naquela planura se avistava a quilómetros de distância. Foi também por ele que a recordei, sacrificado que foi a uma estrada que bem podia ter sido feita, respeitadora, dois ou três metros ao lado.
Dela guardo o rosto dilacerado pela dor, na única vez que veio a Lisboa, à cabeceira do leito de morte de um dos seus filhos, pelo qual nunca mais abandonou as sombrias e pesadas vestes negras. Apesar da minha pouca idade, a imagem foi tão impressiva, que ficou comigo até hoje.
Dela, guardo o cheiro ao pão de centeio acabado de cozer, o sabor do caldo verde. O sorriso aberto e a aspereza das mãos, rasgadas pelas urzes e pelas estevas, e que por vezes se me estendiam pela face e pelos cabelos, breve, levemente. E guardo também aquela temperança de afectos, muita vez só por pequenos gestos demonstrados. Mas bem reais.

Foto de Jeno Apu
Escrito por: VdeAlmeida, em 8/10/2005 03:41:00 da tarde | Permalink | | ( 3)Comentários
segunda-feira, agosto 08, 2005
Marilyn

Marilyn


Na passada sexta-feira, dia 5 de Agosto, perfazia-se mais um ano sobre a morte daquela que será sempre o grande ícone erótico e sexual do século XX.
Marilyn, de vida breve, atribulada, tocada pela fama, fortuna, mas também pelos escândalos e pela tragédia, deu à imagem da mulher, uma dimensão erótica nunca até então atingida.
Era a época da grande explosão do cinema, em que as divas do ecran povoavam os sonhos masculinos. E se é certo que muitas foram as belezas exportadas por Hollywood, Bacall, Hayworth, Gardner ou Bergman, nenhuma seria tão desejada, nenhuma era colada em tantos cacifos de estudantes ou militares, ou nas paredes das oficinas de automóveis, como Marilyn.
A sua imagem de marca era a generosidade das suas curvas, o carmim retinto dos seus lábios, a cabeleira platinada, o seu sorriso cândido. Nos filmes, era o paradigma da loira burra, que permaneceu até hoje.
Curiosamente, em oposição às suas curvas pronunciadas, pouco tempo após a sua morte, impor-se-ia a moda das rapariguinhas de relevos quase inexistentes, uma espécie de contraponto entre a mulher em todo o seu esplendor e a adolescente imberbe e anoréctica, de que Twiggy foi o protótipo

Twiggy


A morte de Marilyn, pelo modo como ocorreu, nunca se tendo esclarecido até hoje se se tratou de suicídio, como foi divulgado pelas autoridades, ou se se terá tratado de assassinato, como aventam os adeptos da teoria da conspiração, baseados na ligação que a actriz mantinha com o Presidente dos EUA, ainda mais concorreu para que Marilyn fosse elevada ao Olimpo e o mito se tornasse consistente.
Após ela, muitas belezas têm tomado conta dos écrans, algumas juntando talento à beleza estonteante. Tornam-se desejadas pelos homens, tomam-lhes conta dos sonhos.
Mas o mito de Marilyn permanece intocável, e, não se prevê que alguma outra, nos tempos mais próximos, lhe tire o lugar que ainda ocupa de símbolo máximo de beleza feminina, do desejo tornado mulher
Sophie1SharonAdjani1Monica1Scarlet

Escrito por: VdeAlmeida, em 8/08/2005 09:32:00 da manhã | Permalink | | ( 0)Comentários
sábado, agosto 06, 2005
Foi há 60 anos
Enola Gay1Hiroshima

A rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
(Vinicius de Moraes)


Escrito por: VdeAlmeida, em 8/06/2005 12:02:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
quinta-feira, agosto 04, 2005
A Vedação
Tábuas6
Escrito por: VdeAlmeida, em 8/04/2005 06:51:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
quarta-feira, agosto 03, 2005
...

You can leave your hat on


You can leave your head on

Escrito por: VdeAlmeida, em 8/03/2005 08:25:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
terça-feira, agosto 02, 2005
Índole

pondTexto2

pond2

Pond3Texto 3

Escrito por: VdeAlmeida, em 8/02/2005 03:57:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
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