Novos Voos - Take Two

quarta-feira, maio 31, 2006
Premonições

Ando extremamente preocupado.
E não é caso para menos: sonhei que tinha voltado a trabalhar. A bem dizer, foi mais um pesadelo.
Claro que se pode sempre dizer que não passa disso mesmo, de um pesadelo. Mas para mim funciona quase sempre como aviso de qualquer coisa pouco agradável. Por exemplo, aqui há uns anos sonhei que o Benfica ia começar novamente a ganhar. Corolário (esta palavra é extremamente curiosa e de uma musicalidade invulgar, e dada a extrema criatividade de que os nossos amigos brasileiros dão prova quando escolhem nome para os filhos, só me posso admirar por nunca se terem lembrado de a utilizar para o efeito): poucos dias depois o Fernando Santos foi escolhido para treinador do Sporting. Isto é, é verdade que o Benfica continuou sem ganhar, mas o Sporting também deixou de o fazer, após ter ganho 2 campeonatos em 3 anos.
E poderia ir por aí fora a dar exemplos. Como daquela vez em que sonhei que voltava a ter aulas de português com o professor Lopes no liceu, e que ele, enchendo-me de perdigotos, me ordenava que recitasse em voz alta, declinações em latim. Como é óbvio, o tempo não voltou para trás, mas no Natal, a minha tia Alice, que anda sempre vestida de cor-de-rosa e usa uns penduricalhos nas orelhas e betume-pedra na cara – parece a reencarnação da Barbara Cartland, mas com mais rugas – me ofereceu uma colecção de livros de Max du Veuzit, acrescentando que se tratava de uma raridade que tinha herdado da tia Clotilde, e acrescentou que eu tinha que os ler. E a tia Alice, quando os sobrinhos não lhe satisfazem os caprichos, acena com o testamento. Portanto, durante 3 meses, cada vez que ia a casa dela levava um Veuzit debaixo do braço. O último foi o John, Chauffer Russo.
Portanto, e como o pesadelo foi mesmo de peso e muito abrangente, tudo indica que qualquer coisa inesperada e pouco desejada, está para aí a chegar, e como a porrada pode vir de qualquer lado, já comecei a conjecturar:
- O Cruz descobre que fui eu quem lhe enviou o pacote postal com o remédio para os gases.
- Este ano, o festival do Sudoeste, coincide com as minhas férias no local.
- O José Veiga vai-se embora do Benfica.
- No meu próximo jantar nas Docas, o Alberto João Jardim fica numa mesa ao lado da minha.
- A Elisa não me vai pagar o dinheiro que me pediu emprestado para fazer a badanoplastia (não sei se é assim que se chama, mas como acaba em plastia e se destina a tirar as badanas, suponho que sim).
- Vai ficar uma tipa com um penteado ripado, género Pita d’ Alarcão e Cunha, à minha frente quando eu for ver o Código da Vinci.
- O José Cid vai ser convidado para vir cantar nos Santos Populares, aqui na Madragoa.
E pronto, isto já parece aquele filme, “Uma série de desgraças”, e se bem que possa não ser assim tão mau, eu prefiro esperar sempre o pior.

Foto: Rodney Smith

NOTA: Dado que tive um precalço com o template, tive que voltar ao anterior, pelo menos para não estranharem muito o aspecto, enquanto tento recuperar o novo.
Eu volto logo

Escrito por: Anónimo, em 5/31/2006 08:10:00 da tarde | Permalink | | ( 1)Comentários
terça-feira, maio 30, 2006
Da intemporalidade de Renoir e Eça
renoir-le_pont_des_arts
Renoir é um dos pintores eternos, daqueles cujos quadros permanecem para sempre na retina de quem os vê. Por muito pouco conhecedor que se seja em matéria de pintura, há sempre em cada um aquele instinto de apreciar o que é belo. E os quadros de Renoir são belíssimos, mesmo que nem todos sejam o Bal au Moulin de la Galette.
Curiosamente, o nascimento de Renoir é quase coincidente com o de um dos maiores vultos da nossa literatura, Eça de Queiroz, e ambos seriam, anos mais tarde, contemporâneos em Paris, cidade onde ambos se estabeleceram. E se a pintura de Renoir é inolvidável e eterna, a escrita de Eça é paradigma da excelência.
Mas, especialmente para o meu gosto, tem uma particularidade que a torna ímpar, a sátira, a ironia latente, a crítica mordaz, que se mostra com mais evidência nas Farpas, que escreveu com Ramalho Ortigão. E mantém uma actualidade extraordinária, que a torna intemporal.
Senão, veja-se um excerto de uma crónica escrita em 1871:

“Há muitos anos a política em Portugal, apresenta este singular estado.
Doze ou quinze homens, sempre os mesmos, alternadamente, possuem o poder, perdem o poder, reconquistam o poder, trocam o poder... O poder não sai duns certos grupos, como uma pela que quatro crianças, aos quatro cantos de uma sala, atiram umas às outras, pelo ar, numa explosão de risadas.
Quando quatro ou cinco daqueles homens estão no poder, esses homens são, segundo a opinião e os dizeres de todos os outros que lá não estão, - os corruptos, os esbanjadores da fazenda, a ruína do país, e outras injúrias pequenas, mais particularmente dirigidas aos seus caracteres e às suas famílias.
Os outros, os que não estão no poder são, segundo a sua própria opinião e os seus jornais – os verdadeiros liberais, os salvadores da causa pública, os amigos do povo, os interesses do país e a pátria.
Mas que cousa notável!
Os cinco que estão no poder, fazem tudo o que podem – intrigam, trabalham, para continuar os esbanjadores da fazenda e a ruína do país, durante a maior parte do tempo possível! E os que não estão no poder movem-se, conspiram, cansam-se para deixar de ser – o mais depressa que puderem – os verdadeiros liberais, e os interesses do país!
Até que enfim caem os cinco do poder, e os outros – os verdadeiros liberais- entram triunfantemente na designação herdada de esbanjadores da fazenda e ruína do país, e os que caíram do poder, resignam-se cheios de fel e amargura, a vir a ser os verdadeiros liberais e os interesses do país

Ora veja-se como, ao fim de quase século e meio, com um pequeno retoque aqui, outro ali – pois é, está-se mais politicamente correcto e o conceito de corrupção é uma abstracção – este texto não poderia hoje aparecer em qualquer coluna de opinião do DN ou do Público.
Escrito por: Anónimo, em 5/30/2006 02:27:00 da tarde | Permalink | | ( 3)Comentários
segunda-feira, maio 29, 2006
Pintado de Fresco

Há pouco mais de 2 anos – tenho andado tão ausente que nem assinalei a data, mas foi já no dia 6 deste mês – que, depois de uma primeira experiência no Horizonte Quase Perdido, me decidi a encetar estes Novos Voos, que, até há bem pouco tempo atrás, me deu muito gosto fazer.
Assim, aqui ia dando asas à vontade que sentia de escrever, com a desejo evidente de partilhar o que faço - com prazer - com os outros, mesmo que por vezes, o que aqui fosse deixando, tendo sempre algo de mim, não correspondesse às minhas expectativas. Mas isso, creio, faz parte da uma permanente e natural insatisfação em relação a tudo o que se realiza.
O tempo, contudo, é inexorável, traz mudanças, deixa cansaço, e fui como que me sentindo preso deste espaço, especialmente no que dizia respeito aos temas que abordava. Isto é, tinha criado uma espécie de linha editorial, e sair dela, parecia-me quase uma incoerência, ao mesmo tempo que o facto de a não pisar, me constrangia.
Vi-me então num dilema: ou acabava definitivamente com o espaço, o que não me era grato, uma vez que me vedaria o contacto com pessoas às quais me unem laços – e na maior parte dos casos, o conhecimento nem ultrapassou nunca a virtualidade – ao mesmo tempo que me tiraria o prazer que tenho em escrever e partilhar, mesmo que o que dê aos outros não seja apreciável; ou mudaria de algum modo, a forma e o conteúdo do blog.
E foi assim que optei pela 2ª solução, que para mim era – desculpe-se-me o egoísmo – o menos penoso.
Portanto, a partir de hoje, a cara do blog foi restaurada para um estilo mais leve – mais em consonância com a forma como me sinto por estes tempos – os temas que abordarei, tentarei que sejam mais diversos, e passarei a assinar com o meu nome próprio, uma vez que me parece que um nick, mesmo sendo o que nos acompanha há tantos anos que se nos cola como uma segunda pele, não fará muito sentido.

As Palavras são como um cristal,
As palavras, Algumas um punhal,
Um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam;
Barcos ou beijos,
As águas estremecem
” (Eugénio de Andrade)

Vic

Nota - Entretanto, hoje ainda não haverá links na coluna da direita, uma vez que tenho verificado que muitos deles já nem existem, pelo que estou a fazer uma espécie de depuração. Mas amanhã ou depois, lá estarão os meus companheiros de há muito

Escrito por: Anónimo, em 5/29/2006 04:24:00 da tarde | Permalink | | ( 4)Comentários
domingo, maio 21, 2006
Pele
Nu à Janela - katarzyna widmanska

Rompendo o silêncio fresco
da alvorada
o trinado terno e simples
de um pardal
que madrugador,
apaixonado e sem temor
me poisou atrevido, no beiral.
Abrem-se-me os olhos
lentamente,
despertam-se os sentidos
mas ao lado,
o corpo morno e palpitante
chama-me de novo
para os lençóis
e eu sei que aquela pele perfeita
e o desejo
aquecem mais a minha
que mil sóis


Lloyd Cole – Perfect Skin

Foto de Katarzyna Widmanska
Escrito por: VdeAlmeida, em 5/21/2006 11:55:00 da tarde | Permalink | | ( 1)Comentários
terça-feira, maio 16, 2006
Cheiros...
Campos amarelos


Um dia, ainda miúdo de calções, passando, manhã cedo, apressado para a escola, por uma pastelaria da zona, famosa pela qualidade dos seus pasteleiros, veio-me às narinas um bafo se escapava das frestas ventiladoras que rasgavam a parede, mesmo junto ao chão. Desprendia-se daquelas pequenas nuvens um cheiro adocicado e morno, e num instante fui por ele atirado para o colo maternal de que há muito perdera o aconchego.
Talvez tenha sido essa, a primeira ocasião em que tive a percepção nítida que por vezes, basta um pequeno estímulo aromático, para que a memória se precipite em lembranças adormecidas.
E nestes dias em que o Verão não se decide, apesar de tudo cheira-me a férias e desperta-se-me uma espécie de nostalgia pela ansiedade que, em tempos idos me salgava os dias, na perspectiva de liberdade, que era palavra que para mim, verdadeiramente, só nessa altura fazia sentido.
E é assim que pela manhã, ao abrir a janela, me arrepia a pele o cheiro sensual da maresia, misturado sem eu saber muito bem porquê, com o aroma do centeio que se soltava do pão fresco que a minha avó guardava na enorme arca de madeira, e da terra encharcada em que ela enterrava os pés quando regava, ao alvorecer, o enorme campo de milho.
Conheci-a já velha, muito magra, a pele curtida e engelhada como um pergaminho amarrotado, mas sempre firme. Acho que foi o que sempre mais lhe admirei, a firmeza, que por vezes raiava a dureza, uma característica que herdara das vicissitudes, tanto como da rudeza dos campos onde nascera, vivera e haveria de morrer. Era tanto assim que nunca imaginei a minha avó doente, e ela deu-se ao trabalho de não me desiludir.
Por vezes fica-se a pensar no porquê de algo que se fez, sem encontrar razões plausíveis, como se fossemos para nós próprios, um mistério insondável. E nunca consegui descobrir o motivo dos meus despertares madrugadores, como se sentisse que a cama tinha vida própria e me queria fora dos lençóis de linho, só para me sentar na balaustrada rústica que dava para o quintal, e assistir àquele rito diário dela a puxar a água do poço e a deixá-la correr pelos regos abertos, inundando os pés de milho e as macieiras. E os pés dela, descalços, a enterrarem-se na lama como se fossem raízes, como se ela crescesse daquela terra negra e a cheirar a qualquer coisa que eu não sabia o que era, mas de que gostava. E depois ela vinha, passava-me a mão pela cabeça, uma mão cheia de calos de empunhar a sachola, e puxava-me até à cozinha, onde fumegava a cafeteira de café de cevada. E chegava-me a malga de leite de cabra acabada de ordenhar, e o pão escuro, cortado grosseiramente, tal como o queijo de cheiro activo e sabor acre, e eu sempre achei que não havia nada que combinasse melhor ao pequeno almoço que aquele café com leite, e aquele pão, e aquele queijo, e aqueles cheiros todos misturados, que nunca mais me desapareceram da lembrança.
Nunca vi a minha avó vestida de outra cor que não fosse o negro. Mas as minhas recordações dela, são sempre coloridas. De sorrisos, de afectos – mesmo que ela, como a terra-mãe, não fosse pródiga nessa espécie fraqueza que são os carinhos – de campos agrestes, que de tratados com tantos desvelos, se abrem em pão, de silêncios.
E também de sabores e aromas. Todos eles simples mas fortes, quase telúricos.

Como ela.


Josh Rouse - Summertime
Escrito por: VdeAlmeida, em 5/16/2006 07:20:00 da tarde | Permalink | | ( 2)Comentários
quarta-feira, maio 10, 2006
Perdido
Perdido - Ewa Brzozowska

Sempre lhe faltara o sentido de orientação.
Não se espantou portanto, por tão facilmente se ter perdido nos seus braços


Damien Rice - Delicate

Foto de Ewa Brzozowska
Escrito por: VdeAlmeida, em 5/10/2006 11:02:00 da tarde | Permalink | | ( 1)Comentários
terça-feira, maio 02, 2006
History repeating
Bifoto
Sempre que recordo aquele dia, sinto-me transportado a uma daquelas cenas excessivas dum dos filmes de Fellini, mulheres gordas de riso desbragado, rapazinhos barulhentos de joelhos esfolados e a limpar o nariz com a manga da camisa, homens calvos e olheiras de noites mal dormidas, com manchas de suor nos sovacos e meias de elástico lasso, velhas, descaídas e a deixar à vista os tornozelos brancos e nodosos.
Pela altura, a Rocha de Conde de Óbidos era um sítio estranho, onde, de um dia para o outro e conforme o navio que saía, se ia das lágrimas prenunciadoras da desgraça, à alegria da perspectiva de dias preciosos, embalados pela calmaria do alto mar. Ou do cheiro trágico do aerograma, ao perfume do postal ilustrado. Naquele cais, cruzavam-se as muitas despedidas aos que eram impiedosamente mandados para uma guerra que poucos sentiam como sua, com os raros que podiam desfrutar, despreocupadamente, de cruzeiros de luxo.
O ambiente era triste, apesar dos azulejos de Almada Negreiros, a única nota àlacre dissonante do cinzento omnipresente, ou do sol intenso que fazia do Tejo um espelho. Mas isso era com certeza eu que não via, sempre me convenci que eram as pessoas que faziam os locais, e daquele perpassava mais a agonia que o prazer.
Mas nessa tarde, a família não estava ali com nenhum dos dois propósitos, tão só despedir-se de um primo meu afastado, o Marquinhos, que ia ter com um tio ao Brasil. O Marquinhos tinha 18 anos safados, com um buço a sombrear-lhe o sobre lábio como era moda nos pretendentes a galã da altura, e era precedido da fama pouco invejável de só arranjar problemas. Fosse na leitaria da D. Ester, onde tinha uma conta de tabaco e lanches que iam matando o pai quando a senhora lhe apareceu à porta para cobrar, ou no bar da Calçada da Glória onde, à noite gastava o resto do dinheiro do velho em espumante barato e a energia com as meninas.
As histórias que contavam dele eram muitas, e os adultos da família comentavam-nas à boca pequena, mas eu ouvia, sempre tive bom ouvido, não era tão ingénuo como eles pensavam – por vezes havia um que fazia “shiu, olha lá o pequeno”, mas logo outro dizia que eu nem percebia do que falavam e além disso estava entretido – e muitas das vezes levava meia hora sem passar da mesma linha do meu livro de aventuras que a atenção estava noutro lado.
Enfim, o rosário era longo, tanto, que o pai dele, o tio Salvador, seguindo os conselhos do irmão que estava há mais de 40 anos no Rio de Janeiro e constava que era rico, lá se decidiu a mandar-lhe o filho sob a promessa de fazer dele um homem.
Mas, como que por encanto, naquela tarde todas as suas tropelias se desvaneciam, e fazia a sua aparição um Marquinhos imaculado, acabado de fazer a sua primeira comunhão. Parecia uma concentração de carpideiras: “Tão bom rapazinho! A falta que cá nos vai fazer!”.
Até a tia Angelina que sempre o detestara, e que certa vez o acusara veementemente de lhe ter roubado um par de brincos em ouro, lhe elogiava virtudes até então insuspeitas. Aliás, a tia Angelina enganava muito. Era pequenina, quase insignificante, e casada com um brutamontes de barriga rotunda e reformado da GNR que, constava, durante umas manifestações operárias nos anos 40, irrompera a cavalo e à espadeirada pelo Nicola, tendo-se safado só a muito custo da fúria popular. O homem impunha com a presença imensa e o cenho franzido, não direi respeito, mas algum receio, especialmente a alguém como eu, pequeno, acabado de largar os calções e bem ciente do poder de uma espada empunhada por um energúmeno. E no entanto constava, que lá por casa, quem mandava era a minúscula mulher.
Enfim, a tarde foi elucidativa a vários níveis e mais teria sido se não tivesse que me andar sempre a esgueirar para me livrar de dois miúdos que teimavam em querer “reinar com o primo mais velho”. Confesso que quando os vi lhes achei piada, mas depois tornaram-se piores que uma purga. Se os pais queriam que eles dessem nas vistas, tinham conseguido: ambos vestidos com uns ridículos fatinhos com gola de marinheiro, meias até ao joelho e sapatos de verniz, que com o calor de Agosto deviam dar um prazer escaldante. E eu, como nunca tive espírito militar, nem vontade de jogar á palmada com os bonecos da bola ou andar aos caldos no pescoço, decidi que eles não eram companhia para mim. O pior é que se me safava deles, caía nas mãos, ou melhor, nos beiços da tia Zulmira, que cada vez que me apanhava, me lambuzava a cara e me enchia de urticária com aquela barba dela.
Mas do tanto que se disse, se muito foi olvidado, uma frase ficou-me para sempre na memória, a que proferiu o tio Joaquim, á laia de aviso para o Marquinhos, que já estava de abalada:
- E não te esqueças: tem cuidado com as cabritas – era assim que então chamavam às mulatas – que elas quando apanham lá um português branco, não lhe dão paz.
E riu-se, com um riso esganiçado. E falava pelo que constava, pelo que ouvira, porque nunca pusera os pés no Rio
Passados estes anos todos, e embora o sentido migratório se tenha invertido, é curioso verificar que a história se repete, e o preconceito permanece, com a diferença única que hoje, parece ser muito mais abrangente.
E ao que parece também, nunca, até hoje, conseguimos exorcizar os fantasmas moralistas, principalmente quando se trata de sexo.


Propellerheads & Shirley Bassey – History repeating
Escrito por: VdeAlmeida, em 5/02/2006 11:06:00 da tarde | Permalink | | ( 0)Comentários
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