Hoje queria recordar
uma flor, uma gardénia, aquela
que um dia, com amor
me puseste na lapela
e eu te levei a dançar
ritmos quentes
em noite morna de luar
queria descrever
as ondas de desejo
que nos envolviam os corpos
indolentes
como te pegava na mão
e te puxava a mim
envolvendo-te a cintura,
fina, de cetim
enquanto os nossos pés
seguiam a cadência
e os meus lábios, ao de leve
sentiam a tua pele
sedosa e pura
e como sem qualquer prudência
chegámos àquela madrugada
profundos um no outro
unidos num só, pelo aroma
daquela gardénia imaculada