Há pouco mais de 2 anos – tenho andado tão ausente que nem assinalei a data, mas foi já no dia 6 deste mês – que, depois de uma primeira experiência no Horizonte Quase Perdido, me decidi a encetar estes Novos Voos, que, até há bem pouco tempo atrás, me deu muito gosto fazer.
Assim, aqui ia dando asas à vontade que sentia de escrever, com a desejo evidente de partilhar o que faço - com prazer - com os outros, mesmo que por vezes, o que aqui fosse deixando, tendo sempre algo de mim, não correspondesse às minhas expectativas. Mas isso, creio, faz parte da uma permanente e natural insatisfação em relação a tudo o que se realiza.
O tempo, contudo, é inexorável, traz mudanças, deixa cansaço, e fui como que me sentindo preso deste espaço, especialmente no que dizia respeito aos temas que abordava. Isto é, tinha criado uma espécie de linha editorial, e sair dela, parecia-me quase uma incoerência, ao mesmo tempo que o facto de a não pisar, me constrangia.
Vi-me então num dilema: ou acabava definitivamente com o espaço, o que não me era grato, uma vez que me vedaria o contacto com pessoas às quais me unem laços – e na maior parte dos casos, o conhecimento nem ultrapassou nunca a virtualidade – ao mesmo tempo que me tiraria o prazer que tenho em escrever e partilhar, mesmo que o que dê aos outros não seja apreciável; ou mudaria de algum modo, a forma e o conteúdo do blog.
E foi assim que optei pela 2ª solução, que para mim era – desculpe-se-me o egoísmo – o menos penoso.
Portanto, a partir de hoje, a cara do blog foi restaurada para um estilo mais leve – mais em consonância com a forma como me sinto por estes tempos – os temas que abordarei, tentarei que sejam mais diversos, e passarei a assinar com o meu nome próprio, uma vez que me parece que um nick, mesmo sendo o que nos acompanha há tantos anos que se nos cola como uma segunda pele, não fará muito sentido.
“As Palavras são como um cristal,
As palavras, Algumas um punhal,
Um incêndio.
Outras, orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam;
Barcos ou beijos,
As águas estremecem” (Eugénio de Andrade)
Vic
Nota - Entretanto, hoje ainda não haverá links na coluna da direita, uma vez que tenho verificado que muitos deles já nem existem, pelo que estou a fazer uma espécie de depuração. Mas amanhã ou depois, lá estarão os meus companheiros de há muito
beijinhos, Vic***