Solidão
Afogadas na rocha
Pela rudeza dos caminhos
Sinais de passado
Esperanças líquidas
Luz
Defesas
Urbe
La vie en rose
Esta gente cujo rosto
às vezes luminoso e outras vezes tosco
Ora me lembra escravos, ora me lembra reis
Faz renascer meu gosto de luta e de combate
Contra o abutre e a cobra, o porco e o milhafre.
Pois a gente que tem
o rosto desenhado
por paciência e fome
é a gente em quem
Um país ocupado
escreve o seu nome
Em frente desta gente ignorada e pisada
como a pedra do chão
é mais do que a pedra humilhada e calcada
- Sophia de Mello Breyner Anderson-
Segunda etapa de um périplo feito sob um tempo de bonança, em que o sol queimava menos as fustigadas terras, abrasadas e abandonadas, raianas, pobres de recursos, mas ricas de usos e gentes, generosas na sua rudeza.