A tua boca húmida entreaberta,
latente tentação chama-me muda
e eu, que só espero o teu olhar
para, obediente escravo, sucumbir
cedo, não resisto e sem pensar
ávido me suspendo, e paralelos
entranhados na paixão, vemo-nos ir
na solícita escuridão do madrugar
Quase não te reconheço os traços
só adivinho formas, sigo cheiros
e acolho-me suado e devagar
no triângulo isósceles orvalhado
E adormeço, depois feliz, cansado
no geometria perfeita do teu peito,
no ângulo exacto dos teus braços