No negro de veludo
e calafrio
em que se vai construindo
profunda, a noite
ergo paciente, fio a fio
uma parede estreita
de ilusão
e nela esboço em rubro
de paixão
o teu corpo num graffiti vibrante,
despojado, nu,
exuberante,
e fico-me assim,
p’la madrugada
de olhar distante de saudade,
como se não voltasses
nunca mais,
contando o passar
de cada instante,
a sentir cada segundo,
o quase nada,
em que se constitui o tempo
quando vais