Medes-me os sentimentos,
a latitude do amor
ou a longitude da paixão
por esta profusão
de palavras que alinho
e te deixo escritas?
Peço-te, não o faças.
Para ti, as palavras,
por muitas e belas que sejam,
serão sempre escassas.
Curto, insuficiente o adjectivo
mesmo quando elevado ao superlativo.
E a qualidade da poesia?
Mesmo que equivalesse á de Sophia
o que é uma miragem,
seria um quase nada
e nunca te daria
sequer uma pálida imagem
da tempestade de emoções,
deste rio que sai do coração em borbotões
e me corre o corpo à desfilada
Não faças contas às palavras,
não lhes ponderes a valência
não as contes, não as avalies,
porque o amor não é uma ciência
Já to disse, não o faças.
Por ti,
as palavras são sempre escassas