Passo a passo
no restrito espaço
do laço
do abraço,
traço o ensejo
do beijo
e ergue-se o desejo
atroz, algoz
que nos devora
a nós
aqui no leito
e eu, suspeito
que me vou dissolver
por inteiro
no teu peito
quente e perfeito
mais o vulcão
da paixão
espalhada pelo chão
que se deseja
e em que não se tem mão
E somos só nós
simples, sem nós
corpos fundidos
perdidos
e achados
somos eiras
ao sol
somos braseiras
E somos nós,
livres,
misturados,
sem fronteiras.