Corpo
Os dedos, audazes, atrevidos
traçam um mapa complexo, rebuscado
percorrem recantos que nem os olhos vêem
semeiam fogos, paixões
desafiam o corpo indefeso ao pecado,
desejos vorazes,incontidos
E ele, o corpo como harpa,
vibra urgente a cada toque
como se um músico celestial
nele executasse a ária
mais bela e perfeita já composta.
E assim, o espaço
invadido sem ponta de pudor
se torna pasto de um império de sentidos.
Está longe, o amor
Platónico.
Quem se deixa afogar em onírica ilusão
Quando tem ao alcance da mão
O mais belo e perfeito conjunto arquitectónico?