Nascendo o dia turvo
de sol escondido,
faltando-me assim
o colorido
Pinta-mo tu
com as pétalas sedosas
Com que se te terminam
as mãos, rosas
no corpo nu
Abre-me os olhos
para as cores do renascer
com a polpa vermelha e húmida
Que se te entreabre,
Ousada e louca
Que eu quero-te beber
Mostra-me o alvo dos dentes
que mordiscam, atrevidos
a língua que me procuras,
ávida na boca
Que só vive da tua
Carne firme,
Bela e nua
É só mais um dia, dirás
displicente, descuidada
Mas para mim
Contigo ao lado, ali deitada
Será sempre
Uma esplendorosa e irrepetível
alvorada