"Passo adiante. Agora estou virado a sul em formato postal e tu, Lisboa, com o rio em fundo num azul de entontecer. O Tejo visto do mastro real, poderia dizer-se:
Do alto vos falo, onde
acrescento azul de muitas cores
ao outro azul que os vossos olhos vêem
seria o aparte de Pedro Tamen se aqui estivesse. E eu faria que sim, mais que convicto, porque em poucos lugares como este de tantas cores cada cor é feita". [...]
Assim iniciava José Cardoso Pires o seu Lisboa, Livro de Bordo, pequeno opúsculo escrito a pedido de um recente presidente da Câmara de Lisboa, sobre a sua, minha, nossa cidade
Tal e qual o que eu poderia escrever quando me sento em qualquer um dos óasis que ainda sobrevivem à invasão do betão, e onde nos conseguimos desligar do corropio do dia a dia, e nos podemos deixar absorver na leitura de um livro ou deixar tão só correr o olhar e deixá-lo perder, pela paisagem apaziguadora que nos envolve.
Tal como me acontece nesta esplanada que já uma vez, há muito, aqui vos trouxe, e que não resisto a revisitar.
A envolvência é propícia à descontracção, embora seja de acautelar o excessivo sol que por vezes ali bate, e de que, de tão aprazível a estada, nem nos apercebemos a não ser tarde demais. Em frente, um lago, baixo, cuja paz apela á reflexão e em cujo topo pontifica uma pequena ponte à imagem dos jardins japoneses, e mais à frente, de costas, uma magnífica estátua de Brotero, creio que figurando a maternidade.
As opções, a seguir ao café tomado, são as que já referi. E quando cansar, desandar dali, que a poucos metros distingue-se o Tejo preguiçoso lá ao fundo, com os seus magníficos cambiantes de azul, tal como Tamen escrevia