Sentir o teu cabelo, fino como areia seca
Escorregar sedoso entre os meus dedos
Faz-me ter uma vontade firme, intensa
De correr para o mar e entrar por ele
E sem medo, desvendar-lhe os meus segredos
Espalha-o selvagem pelos lençóis
Para que o aroma indefinível que ele solta
Se espalhe sem pudor por toda a parte
Que invada, soberano todo o quarto
E em reflexos de luar solte lampejos
Que se espalharão pelo meu peito como beijos
Que sejam teus cabelos a coberta
Que me cobrirá, suave, todo o sono
E que o primeiro raio de sol pela manhã
Me venha aos olhos trazido pelos traços
Das mil cores que eles soltam em cascata
E me envolvem no mais terno dos abraços