Na fogueira que ateaste
metes achas
Quando as tuas mãos de seda
a ti me chamam
E eu me deixo
voluntário abandonar
Aos desejos que me impões
mais caprichosos
Corre então solta
a paixão pelos lençóis
Desprendem-se odores,
frémitos, sabores.
No azul da noite,
somos filme numa tela,
E explodimos
em míriades de estrelas
com a energia inesgotável
de mil sóis
Mas ao amanhecer
sais nua e bela
Deixando-me só
e sem remorso.
E assim, entre inferno e paraíso
Vai o fogo consumindo
os nossos corpos
Que se imolam
em altares voluptuosos