Oije iscrêvo-te a ti e não te ademires que é pruque eu já çei que o pai Natal não isiste, era um ganda barrete da minha mãi e du meu pai e mais de o meu avô Armindo qué velho e aldrabão mas dêçe foi du prumeiro que me avinguei, pruque um dia atei-le as botas uma outra e ele cuando çe alevantou caiu prá frente mêsmo em cima da larada que a minha irmã Celeste que çó tem 8 mezes e andava çem fralda, fez no meio da çala.
E discubri quera barrete pruque na noite de Natal ouvi barulhu e fui pé ante pé até à çala e vi um vulto deburssado sobre o çítio onde o pai Natal custumava meter os perzentes e cumo pençei quera o Pai Natal e eu o queria conhesser, ou pior quera um ladrão a roubar os noços perzentes, fui buscar uma tábua que teinho para as imergêçias e que tem um ganda prego numa das pontas e dei le uma valente tabuada nas nalgas. Mas afinal era u meu pai vestido de Pai Natal, que dezatou aos berros e foi para o ospital e depois isteve 15 dias cem çe poder çentar, e cumo é um madraço apruveitou e não foi trabalhar. E despois ainda me queria xegar a roupa ao pêlo cumo se eu tiveçe culpa pruque afinal eu çó istava defender a caza mas lá acabou por dizer que o Pai Natal não isistia mas não se isplicou pruque éque estava ali de volta dos prezentes a xeirar.
Eu despois contei a istória à minha amiga Julita e ela diçe que çe não avia pai natal devia aver mãi natal e cumo óvi dizer que na net sincontra tudo apruvetei ca minha mãi voltou a fazer a limpesa na caza deste gaijo do computador e vim cá ispreitar ás iscondidas e discobri esta futugrafia tua e até digu que gosto munto mais de ti que daquele jimbras de barba por fazer á mais de 10 anos queles diziam quera o pai natal, e que paressia u Abílio qué um gaijo cuns modos açim isquisitos, cu meu pai diz que pega de impurrão, queu não sei o quié mas não deve çer bom, pruque o meu pai quando o vê a tempo atraveça para o outro paçeio.
Ora beim, agora voume aprezentar. Eu çou o Carlinhos, tenho 10 anos e este ano çó não paçei para a treçeira quelasse pruque a D. Almerinda qué a minha profeçora imbirrou cumigo çó pruque eu levei um çapo que çalvei de çer atropelado e lhu deichei na çecretária pruque axei quela ia gostar do animal. Mas ela çó deu pur ele quando ele arrotou e lhe çaltou para a cabessa e ela deu um berro, deu um ganda çalto e desmaiou e partiu a cadeira de trucidos e tremidos quiela dizia que tinha çido do trizavô dela quiera monárquico. Não çei praque foi tanto alarido, veio a iscola inteira e nem o çenhor diretor a conseguiu alevantar. A bem dizer axo que só cuma grua pruquela peza para mais de 200 qilos e inda teve o descaramento de dizer que eu tinha çido o culpado e xamou o meu pai pra lhe fazer quinxinhas e isigir quele pagaçe a cadeira mas eu diçe logo que ela é ca tinha partido e o meu pai diçe-lhe para ela ir gamar outro. Ora ela já não andava munto de bem cumigo prucausa da guerra dos gizes, e prucausa do çapo tomoume de ponta e não me paçou. Á gente muito injusta e mesquinha. Nem çei o que acontesseria çela descubriçe que tinha çido eu que le meti uma garrafinha de mau xeiro debaicho da perna da cadeira no Carnaval e toda a gente pençou que era ela que tinha voltado a cumer a feijuada da tasca do Artur.
Mas infim, eu purtei-me çempre bem, apezar da minha mãi dizer que çó fasso asneiras cumo noutro dia em que cá veio a dona Ermelinda qué uma velha toda xeia de triques e eu istava a isperimentar uma ispingarda que o meu tio Jaquim que é um porreirasso mofereceu, e que era dele de quando era da minha idade e é daquelas cuma rolha atada à ponta. Mas aquilo açim não tinha ninhum alcance e eu tirei lhe o cordel e istava a fazer pontaria ao Tição que istava na janela da noça vizinha Grassiete e a minha mãi deu-me um berro, eu virei me açustado e a ispingarda disparou a rolha que açertou num olho da D. Ermelinda, que deu um gritinho e caiu toda junta. Claro que a minha mãi é que teve a culpa mas tinha que çobrar pra mim, e fiquei çem a ispingarda, e çem ver os Digimons durante 3 çemanas. E ela inda mavia dagardesser pruque a mastronssa da Ermelinda diçe que não voltava lá a caza e ela çabe que quando ela lá vai lhe come as bolaxas de xocolate todas.
Beim, mas já ispliquei o que avia a isplicar e agora aí vão os meus pedidos.
Primeiros, quero uma ispingarda igual á que a minha mãi me tirou.
Depois, queria um foguetão telecumandado, daqueles que anunssiam no canal panda
Tombeim quero um istojo para fazer esperiênssias de química pruque o Bento da drugaria encimou-me umas coizas que eu cria esprimentar no Tição quando o conçeguiçe apanhar. O çacana do gato anda arisco desde que tive aqueles azares nas esperiências que fiz com ele, mas agora istá mesmo bunito de pelo lustroso, só é pena ter o rabo tão curto, mas tombeim ninguém lhu mandou meter na ratoeira que eu tinha preparado para um dos canitos do Leopoldino do talho, aquele que me vinha todos os dias mijar à porta de caza?
Mas eu não dezisto de ser o perimeiro a pôr um gato em óbrita
E agora teinho que me ir embora que a nha mãi diz que já acabou a limpeza.
Mazeu volto pra acabar a carta. Até lá, vai adiantando o pedido que axo que os fuguetões tão-se a isgotar. Tou a ver que em Janeiro vai aver bués de gatos em óbrita, ou não fôçe Janeiro o mês dos gatos!
Fartei-me de rir com esta carta!! ;)
Depois de muita dificuldade na escolha (foi obra!) já me decidi pelo poema que te vou "roubar" para o meu blog! A escolhar foi super difícil, porque gosto de imensos!!
Está atento à postagem do próximo sábado. O poema e a imagem são teus...(adianto que fui ao arquivo de 2004...) ;)
Um abraço terno e até sábado ;)