Novos Voos - Take Two

domingo, outubro 16, 2005
Terras de Pelágio
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Incrustada no cerro semicircular de El Cuetu, entre escarpas abruptas e uma vegetação luxuriante que dá bem a ideia da persistência das chuvas, ergue-se majestosa a Catedral-Basílica de Covadonga, monumento neo-românico, obra máxima do arquitecto espanhol Frederico Aparici Y Soriano, e terminada em 1901.
Naquele local, nascera muitos séculos atrás, pela espada de Pelágio, o reino das Astúrias.

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A poucos metros, a Cova Santa, uma pequena capela incrustada na rocha, e que dá nome ao local, um local de culto de fiéis católicos desde tempos que se perdem na bruma da história

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Ali se abriga a Virgem, e o conjunto forma o Santuário de Covadonga, onde os muitos devotos acorrem para assistir às missas diárias.
Sobre ela, diz a poesia popular asturiana:
La Virgen de Covadonga
es pequeñina y galana.
Ni que bajara del cielo
el pintor que la pintara.

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Ali, começa também o parque natural dos Picos da Europa, com subidas arrepiantes e miradouros espantosos donde podemos estender a vista por quilómetros quase infindáveis por paisagens de um verde majestoso, em muitos pontos manchado por rochas agrestes, bordejando desfiladeiros que quase nos emudecem.

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Em cada canto, há reminiscências do passado, um passado de trabalho duro, como tudo o que a envolve. É a zona de um queijo especialíssimo, o Cabrales, um queijo de vaca de sabor muito activo. Por isso, é vulgar encontrar, perdidos nas montanhas, casais onde se abrigam os pastores dos animais que pastam livres pelas abas verdes das montanhas

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Muito perto, em Cangas de Onis, local onde Pelágio iniciou a sua gesta, surgem vestígios romanos, como a magnífica ponte sobre o rio Sella, espectacular de cima dos seus séculos de história, e onde se destaca, dependurada a meio, a Cruz de Vitória. A vertente religiosa sempre presente

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Na gastronomia local, álem dos queijos (há outras variedades e não só Cabrales), marca presença a Fabada Asturiana, uma saborosa feijoada de feijões brancos (que por lá têm o nome de fabes) e as inevitáveis Sidrerias asturianas, onde se serve aquela que é considerada a bebida nacional das Astúrias.
Escreveu um dia Sepúlveda que “Nesta região do Norte de Espanha, aberta ao Cantábrico, nós os marginais, que reivindicamos o direito à marginalidade, somos benvindos...Não é difícil ser feliz, dizem os asturianos...E eu, tal como eles, sei que uma pessoa é feliz “desde que oiça uma gaita e haja sidra no lagar”.
Não sei se os Asturianos têm toda esta capacidade de ser feliz que o Luís lhes atribui. Mas pelo menos têm todos os motivos de orgulho na sua terra, bela e acolhedora como poucas.

Escrito por: VdeAlmeida, em 10/16/2005 08:57:00 da tarde | Permalink | |


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