Cobre-se a paisagem do vermelho,
do ocre e do perfume da folhagem,
vagueio por caminhos solitários,
e deixo-me sorver pela voragem
deste Outono há tanto desejado,
que deixa as árvores nuas como almas,
abranda veemências e sentidos
e transforma o desejo em noites calmas
Deixo perder o olhar no horizonte,
o tempo não é mais que uma quimera
espero-te sentado, o mar defronte,
ansiando que me dês tu a Primavera