A minha namorada morreu. Despedaçou-se-me o coração e jurei ser fiel à sua memória. De início, não foi difícil; estava tão aflito que nem sequer conseguia imaginar-me a beijar outra pessoa. Mas passado algum tempo, outra rapariga começou a demonstrar certo interesse. Resisti à abordagem.
- És muito bela - dizia-lhe - mas ainda é muito cêdo. Desculpa.
Não desistia. Não parava de me tocar carinhosamente e de bater as pestanas com rimel. Acabei por ceder e caí-lhe nos braços. O homem pediu-nos que saíssemos. Explicou que o nosso roçagar, os nossos sorvos e as risadinhas incomodavam as outras pessoas do velório.
Dan Rhodes, em A Namorada Portuguesa e outras 100 Histórias
Querido Diário, hoje deixo-te esta história do Dan, porque lhe achei muitas semelhanças com o que se passou comigo há largos anos atrás.