Hoje, numa romagem de saudade, e uma vez que há pouco tempo foi lançado mais um album deles, trago-vos os meus primeiros "heróis" da infância: Francis Blake e Philip Mortimer, da autoria de Edgar P. Jacobs
É verdade, conheci-os juntamente com o Tintin e o Príncipe Valente, numa velha revista de BD que se chamava Cavaleiro Andante, e que eu lia e relia avidamente.
Alguns se recordarão que logo nos primórdios do meu velho Horizonte fiz uma charge que pretendi humorada, sobre a sexualidade de alguns dos mais conhecidos heróis deste universo, que me é muito querido. Obviamente, que não passava de um exercício de humor e que não põe em causa o meu grande afecto por estas figuras.
Foi numa das aventuras dos dois gentlemans que tive conhecimento das Furnas das Sete Cidades em "O Enigma da Atlântida", muito antes de estudar na Geografia que as Furnas se situam nos Açores. Aí, nas suas entranhas, presumia o autor, se teria situado a mítica civilização Atlântida.
Foi igualmente com Blake e Mortimer que conheci o Egipto e algumas das características da sua secular civilização em "O Segredo da Grande Pirâmide", ainda nem me tinha iniciado no estudo da História Universal. Foi ainda com eles que fiz a minha primeira incursão na Ficção Científica com "O Segredo do Espadão".
Mas a minha primeira e mais viva memória será sempre "A Marca Amarela", uma fantástica aventura em que a dupla de policiais britânicos enfrentava mais uma vez o seu inimigo de sempre, Olrik.
As fabulosas aventuras de Blake & Mortimer sobreviveram ao seu autor, e ainda agora são lançadas novas aventuras em que os novos autores respeitam rigorosamente os traços das imortais figuras criadas por Jacobs.
Pelo carácter didático e educacional da série, e numa altura em que cada vez mais se degrada o nível de cultura geral das nossas crianças, aconselho-vos a incentivar as vossas a ler as aventuras destes dois senhores.