Hoje é Dia Mundial da Criança. Sei que muitos dirão que Dia da Criança devia ser todos os dias. Concordo. Mas porque não usar este dia, uma vez que foi instituído, e não o terá sido hipocritamente, para mais uma vez vincar o dever que temos de proteger, educar e amar as nossas crianças?
Afinal, elas são o nosso amanhã.
Mas também para que não se esqueçam aquelas que não têm nada, e que morrem pelo mundo vítimas da fome e de maus-tratos. Nem das que são exploradas, das que são mão-de-obra escrava. Daquelas que, sendo crianças nunca o serão.
A mensagem é simples e directa, sem floreados. E relembrando Zeca Afonso:
Olha o sol que vai nascendo
Anda ver o mar
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar
Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz
Menino do mal trajar
Um novo dia lá vem
Só quem souber cantar
Vira também
Negro bairro Negro
Bairro Negro
Onde não há pão
Não há sossego
Menino pobre o teu lar
Queira ou não queira o papão
Há-de um dia cantar
Esta canção
Esta é, portanto, só mais uma oportunidade para evocarmos a nossa maior riqueza, os que merecem tudo aquilo que lhes possamos oferecer, porque eles, com aquela generosidade que nós já não conseguimos ter, nos retribuirão com um amor insuperável.
E deixai-os crescer devagar, a infância é um lugar maravilhoso onde não se volta nunca mais.
“Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,” (Fernando Pessoa)
P.S. – A música que hoje soa por aqui, é de acordo com o dia que se comemora:
I'm a child of South Africa
I'm a child of Vietnam
I'm a child of Northern Ireland
I'm a small boy with blood on his hands
Yes I'm a child of the universe
Yes I'm a child of the universe
You can see me on the TV every night
Always there to join in someone else's fight
I didn't ask to be born and I don't ask to die
I'm an endless dream, a gene machine
That cannot reason why
Yes I'm a child of the universe
Yes I'm a child of the universe
You can see me on the TV every day
I'm the child next door three thousand miles away