A todos os que aqui me "espreitam" diariamente, desde que este local nasceu faz hoje precisamente seis meses, eu venho agradecer.
Eu sei, devia deixar-vos talvez um poemita, um texto mais elaborado, mas prefiro deixar-vos estas minhas palavras simples, de reconhecimento pela vossa companhia, pela vossa constãncia, principalmente pelas vossas palavras de incentivo, pela verdadeira amizade que alguns me dedicam.
Amizades, algumas que já vinham de trás, do blog abandonado, ou mesmo de outras andanças, amizades fiéis que eu estimo do coração. Outras granjeadas já aqui, e que são aquilo que de melhor este cantinho me ofereceu.
Sei que alguns de vós me visitam silenciosamente, poucas vezes comentando. Também a esses eu agradeço, pelo apoio, mudo mas efectivo, significativo.
Este, foi um sonho que um dia sonhei. Pensei muita vez desistir, pensei-me sobretudo, sem capacidade para manter este cantinho diariamente. Foram vocês que me ajudaram a manter o meu sonho vivo, e só por vocês ele se mantem.
A todos, por isso, e como acho que merecem muito mais que umas simples palavras minhas, deixo-vos um texto de Jorge Luís Borges. Sobre o sonho...
Sou o único homem na Terra e talvez não haja nem Terra nem homem
Talvez um deus me engane
Talvez um deus me tenha condenado ao tempo, essa longa ilusão.
Sonho a Lua e sonho os meus olhos que a vêem.
Sonhei a noite e a manhã do primeiro dia.
Sonhei Cartago e as legiões que devastaram Cartago.
Sonhei Lucânia.
Sonhei a Colina de Gólgota e os tormentos de Roma.
Sonhei a geometria.
Sonhei o ponto, a linha, o plano e o volume.
Sonhei o amarelo, o vermelho e o azul.
Sonhei os mapa-mundi e os reinos e a morte ao amanhecer.
Sonhei a dor inconcebível.
Sonhei a dúvida e a certeza.
Sonhei o dia de ontem.
Mas talvez não tenha havido ontem, talvez eu não tenha nascido.
Eu sonho, quem sabe, ter sonhado
Eu, o Yardbird, gostaria de acrescentar:
Eu sonho que nunca deixarei de ter capacidade para sonhar
Vic