Novos Voos - Take Two

quarta-feira, junho 30, 2004
Como o vento


f508021.jpg


Quase sempre, as nossas histórias, de tantas malhas com que são tecidas, tornam-nos quase nós, nós-cegos que nem os próprios são capazes de desatar. Novelos aos quais se procuram pontas inutilmente. Puzzles diferentes uns dos outros, aos quais faltam sempre a peça que nos permite completá-los.
Uma vida é como um quadro sempre inacabado. Falta a última pincelada, que não seremos nunca nós a dar. Aliás, a nossa vida é muito mais aquilo que os outros fazem dela, do que nós próprios.
E no entanto, nascemos para ser livres. Devíamos ser livres. Não ter amarras no corpo, nem mordaças no pensamento.
Como o pássaro que voa de asas libertas de pesos.
Como canta a poesia.
Como o vento.

Como faz o vento

Eu nasci como nasce a brisa, à beira do mar
amigo do sol e da chuva aprendi a voar.

Como faz o vento
assim eu quero viver.
Como faz o vento
o vento que anda e é livre entre nos.

E cresci buscando nos versos que a poeira escondeu
e arrastando as folhas que o outono varreu.

Não nasci para ser a pedra, mármore que cobre um morto,
a terra surprende a árvore e eu vou de porto em porto.

Abre menina abre a tua porta e deixa-me entrar,
ninguem vai saber nada e eu vou madrugar.

E assim sem olhar para tras hão de ver-me passar,
nada vos deixo, ninguem me espera..., posso ir e voltar.


(Juan Manuel Serrat - Adaptação de Alexandre O'Neil)

Escrito por: VdeAlmeida, em 6/30/2004 02:49:00 da tarde | Permalink | |


1 Comments:


Estou no Blog.com.pt